Recentemente, o jornalista Regis Tadeu publicou em seu canal um vídeo sobre os 20 melhores guitarristas do Brasil.

A seleção prioriza instrumentistas que possuem técnica,  capacidade de composição e habilidade em termos de harmonia, melodia e ritmo. Profundo conhecedor dos mais diversos gêneros musicais, Regis escolheu guitarristas conhecidos e nomes mais obscuros que merecem ser descobertos por todos.

Também vale ressaltar um fato que muitos podem desconhecer: antes de se tornar famoso por participar de programas de jurados, Regis foi editor de várias revistas voltadas a instrumentistas, como a Cover Guitarra. Portanto, ele possui conhecimento de causa suficiente para compilar tal lista.

“Um dos critérios que usei para elaborar a lista foi ‘representatividade discográfica’, ou seja, entrou quem lançou vários e ótimos discos. Também não inclui dezenas de ótimos ‘sidemen’, que são músicos especializados em acompanhar outros artistas. Esses foram os motivos que deixaram de fora, por exemplo, um de meus guitarristas favoritos, o Faíska, de quem vou falar em um vídeo futuro”, explica Regis na descrição do vídeo.

Bastante eclética, a lista conta com diversas gerações de músicos brasileiros que levaram a guitarra a outro patamar. Para assistir ao vídeo completo, clique aqui.

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Heraldo do Monte

“Uma verdadeira unanimidade entre a comunidade guitarrística brasileira. Ele foi um dos pioneiros em usar a guitarra elétrica para misturar a linguagem do jazz ao som daquelas harmonias tradicionais da música brasileira. (…) Sua maneira de solar é simplesmente brilhante”.

 

Toninho Horta

“Outro guitarrista brilhante no uso do jazz dentro da linguagem da música brasileira. Ele já trabalhou com Milton Nascimento, Gal Costa, Elis Regina e é simplesmente adorado por grandes músicos internacionais como o Pat Metheny, Herbie Hancock e Wayne Shorter; todos ficam maravilhados com a técnica de Toninho Horta. Eu recomendo veementemente que você ouça o disco ‘Terra dos Pássaros'”.

 

Hélio Delmiro

“Mais um guitarrista que uniu o jazz à música brasileira de um modo sensacional. Eu fiquei espantado com a qualidade de suas intervenções em discos de artistas como Elis Regina, Tom Jobim, Marcos Valle e Milton Nascimento. Ele realmente domina a arte de unir o jazz à música brasileira com solos que tem um dedilhado assombroso e são melódicos de uma maneira quase subliminar”.

 

Lanny Gordin

“Guitarrista que teve uma presença fundamental no finalzinho dos anos 60 e começo dos anos 70 nos discos do Gilberto Gil, Caetano Veloso e principalmente da Gal Costa. Ele tinha um virtuosismo roqueiro que era um negócio impressionante. Ele voltou a gravar nos anos 2000, recuperando um pouquinho da forma, e agora parece que está tudo bem com o Lanny”. 

 

Pepeu Gomes

“Na década de 70, quando ele tocava com os Novos Baianos, muita gente da minha geração considerava o Pepeu Gomes uma espécie de Jimi Hendrix da Bahia. Por ter criado uma linguagem única entre a guitarra e o samba, Pepeu se tornou uma espécie de unanimidade na música brasileira”.

 

Armandinho

“A escola do guitarrista da Cor do Som veio do trio elétrico, já que ele é filho do Osmar, do Trio Elétrico Dodô e Osmar. Aliás, na década de 40 o Osmar já tinha criado uma espécie de guitarra baiana elétrica que era um bandolim eletrificado. Isso na mesma década em que surgiu a guitarra elétrica nos Estados Unidos. Essa guitarra baiana acabou sendo desenvolvida e tocada pelo Armandinho, cuja técnica é um negócio simplesmente sensacional”.

 

Robertinho do Recife

“Outro guitarrista que soube misturar música brasileira com uma pitada de rock é o Robertinho do Recife. Após assistir o show do Van Halen no Brasil em 1983, ele deu uma pirada e mergulhou de cabeça no rock pesado. Após décadas trabalhando como produtor, ele voltou recentemente à ativa e continua tocando guitarra muito bem”.

 

Sérgio Dias

“Não têm como deixar de destacar o trabalho do Sérgio Dias no Mutantes nos anos 70, em discos que estavam muito à frente do seu tempo. Principalmente em trabalhos como ‘o A e o Z’, ele desabrochou como guitarrista em termos de virtuosismo, quando a banda começou a ser muito influenciada pelo Yes.

 

Luiz Carlini

“Carlini é a grande personificação do guitarrista roqueiro brasileiro. O solo que ele fez em ‘Ovelha negra’ (Rita Lee) é uma das coisas mais antológicas da história da música brasileira. O estilo roqueiro e cheio de licks e aquelas pentatônicas maravilhosas já tinha sido apresentado com sua banda, o Tutti Frutti. É um cara que ele tem um estilo absolutamente consistente em tudo o que faz”.

André Christovam  

“Um dos pioneiros do blues no Brasil e um verdadeiro estudioso do gênero. Ele soube incorporar o espírito do bluesman e dominar a linguagem do que veio depois do próprio blues – ele é fanático pelo Cream e acabou incorporando isso ao seu estilo”.

 

Nuno Mindelis

“Outro bluesmen que tem um trabalho brilhante dentro do gênero, mas com uma pegada mais puxada pro blues rock. Sua discografia é muito interessante, com destaque para os dois discos que ele gravou com a cozinha rítmica do Double Trouble, que acompanhava o Stevie Ray Vaughan: o Texas Bound e o Blues on the Outside, que são memoráveis”.

 

Edgard  Scandurra

“O Edgard tem uma capacidade de improvisação simplesmente inacreditável. Além de ser um canhoto que não inverte as cordas da guitarra, ele conseguiu reunir, em sua maneira de tocar, vários estilos diferentes. Seu estilo pode remeter a Jimi Hendrix, The Who e pós punk com a mesmíssima desenvoltura”.

 

Edu Ardanuy

“Um guitarrista simplesmente assombroso. Ardanuy construiu toda uma carreira junto ao Doctor Sin, mas ele tem um trabalho solo que precisa ser descoberto: trata-se do do disco Electric Nightmare, um dos álbuns mais espetaculares de guitarra já lançados no Brasil”.

 

Kiko Loureiro

“Outro guitarrista com uma técnica inacreditável; Kiko ganhou fama no Brasil e no mundo com o Angra, mas se mostrou diferenciado mesmo quando lançou dois álbuns solo. O primeiro, No gravity, é virtuosístico mas de uma maneira muito interessante; o outro disco é o lindamente eclético Universo Inverso, gravado ao lado do pianista Yaniel Matos que mistura rock, jazz e música brasileira de uma maneira absolutamente surpreendente. Eu não tenho dúvida que esses dois trabalhos solos foram fundamentais para que ele fosse pro Megadeth”.

 

Andreas Kisser

“O Andreas não é conhecido pelo virtuosismo técnico e sim pela capacidade de criar riffs e licks simplesmente monstruosos. Você consegue identificar o som do Andreas logo à primeira audição. Dá pra gente sacar isso em clássicos do Sepultura como o Chaos AD e o mais recente Machine Messiah“.

 

Kiko Pereira

“Um guitarrista muito injustiçado e com um domínio da linguagem do instrumento que faz com que ele transite entre o rock e o pop e as baladas com brilhantismo surpreendente. Ele tem uma maneira sutil e pesada de colocar a sua guitarra nas músicas do Roupa Nova”

 

Wander Taffo

“Saudoso e querido amigo que se destacou por onde passou, desde os tempos em que ele tocava com Rita Lee, com o Joelho de Porco, o Guilherme Arantes. Ele estourou nacionalmente com o Rádio Táxi e se tornou adorado pelos roqueiros da geração MTV quando lançou a Banda Taffo junto com o Andria Busic no baixo e Ivan Busic na bateria”.

 

Lúcio Maia

“O guitarrista da Nação Zumbi é um dos grandes nomes de uma geração de guitarristas que resgatou a a ligação com a música brasileira. Ele abriu mão do exibicionismo técnico e realmente recuperou a linhagem de guitarristas profundamente ligados à tradição da música brasileira”.

 

Juninho Afram

“Dentro do universo religioso ele é considerado quase que uma unanimidade e inclusive fora do desse universo. A competência dele  ultrapassa muito esses muros; basta ouvir os discos que ele fez com o seu grupo Oficina G3, o Além do que os olhos podem ver e o Depois da guerra, pesadíssimos e repletos de riffs e solos sensacionais que oferecem um ótimo suporte para a mensagem religiosa”.

 

Mozart Mello

“Simplesmente o professor de guitarra mais requisitado do Brasil; vários dos guitarristas que eu citei nessa lista fizeram aula com Mozart Mello. Ele foi guitarrista de um dos meus grupos favoritos da história do rock nacional, o Terreno Baldio, considerado o Gentle Giant brasileiro. Seu nível de excelência em harmonia e improvisação é absurdo. Um verdadeiro mestre dos mestres na arte de ensinar guitarra no Brasil”.

 

E aí, curtiu as escolhas do Régis?

Sem dúvida é um compêndio interessante do universo guitarrístico brasileiro. Na nossa lista de melhores guitarristas do país, poderíamos incluir facilmente outros caras talentosos, como Gabriel Thomaz (Autoramas), Fernando Catatau (Cidadão Instigado), Julio Andrade (Baggios) e John (Pato Fu).

E você, citaria quem nessa lista?

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